quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ciência brasileira em novo patamar

SERGIO MACHADO REZENDE
Folha de São Paulo, 25 de maio de 2009



O aumento do número de artigos publicados do Brasil, proporcionalmente maior que o do resto do mundo, consolida uma tendência


COMO NOTICIOU esta Folha no último dia 6, a produção científica do Brasil, medida pelo número de artigos indexados na base internacional de dados Thomson Reuters-ISI, cresceu 56% em 2008, se comparada com 2007. O país passou da 15ª para a 13ª colocação no ranking mundial de artigos publicados, ultrapassando países com longa tradição científica, como a Rússia e a Holanda.
A notícia foi comemorada pela comunidade científica brasileira, que conta atualmente com 200 mil membros, entre mestres e doutores.
Mas a formação, como é feita hoje, com exigências de cursar disciplinas e fazer pesquisa para elaborar dissertações e teses, só foi iniciada em 1963, quando o professor Alberto Luiz Coimbra criou "na marra" a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) na então Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Somente cinco anos depois o Ministério da Educação regulamentou a pós-graduação, "legalizando" os diplomas concedidos pela Coppe e por outros cursos. E apenas em 1969, com a criação do regime de tempo integral para docentes pesquisadores, os grupos de pesquisa e os cursos de pós-graduação se disseminaram em todo o país e o sistema nacional de ciência e tecnologia (C&T) começou a ganhar dimensão e consistência.
O fato de a nossa ciência ser tão recente é a principal razão para a surpresa da notícia de que o Brasil ultrapassou Rússia e Holanda no ranking de publicações científicas. Mas esse fato não teve comemoração unânime.
Logo surgiram os céticos e críticos perscrutadores.
A primeira crítica é que a ciência brasileira não tem o impacto medido pelas citações na mesma proporção dos artigos publicados. Isso é verdade e decorre, dentre outras razões, da pouca tradição de nossa ciência.
Outra crítica, mais forte, foi a descoberta de que o grande aumento da produção de um ano para outro decorreu da ampliação da base da Reuters. O número de revistas brasileiras indexadas passou de 63, em 2007, para 103, em 2008.
No entanto, a Reuters também aumentou a base das revistas indexadas de todos os países, principalmente daqueles fora do núcleo de longa tradição científica. Em todo o mundo, a base passou de 9.000 para mais de 10 mil, e o número total de artigos indexados cresceu de 960 mil, em 2007, para 1,4 milhão, em 2008 -um salto de 49%.
O aumento do número de artigos do Brasil, proporcionalmente maior que o do restante do mundo, vem consolidar uma tendência das três últimas décadas. A contribuição do país na produção mundial, que em 1981 era de 0,44%, hoje é de 2,12%.
O aumento na formação de pesquisadores e no número de artigos científicos publicados é resultado de um esforço continuado de toda a sociedade. Mas o governo federal teve papel essencial nesse processo, principalmente por meio de suas agências de fomento, CNPq, Finep e Capes.
Assim, compartilho da opinião do ministro da Educação, Fernando Haddad, que creditou essa evolução ao governo federal, mas também ao papel das fundações estaduais de amparo à pesquisa, em especial da Fapesp, e ao trabalho dos cientistas.
A significativa evolução dos últimos anos é decorrente, em grande parte, da prioridade hoje atribuída à ciência e à tecnologia.
O orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia passou de R$ 2,835 bilhões, em 2002, para R$ 6,632 bilhões, em 2008. Nesse mesmo período, o número de bolsas de pós-graduação do CNPq passou de 11.347 para 18.500, e as de pesquisa passaram de 7.765, em 2002, para 12.015. No caso da Capes, as bolsas de pós-graduação passaram de 23.334, em 2002, para 39.892.
Pela primeira vez na história, o país tem um Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação, com prioridades claras e programas com objetivos, metas e orçamentos, os quais totalizam R$ 41 bilhões para projetos em universidades, centros de pesquisa e empresas.
O financiamento à pesquisa científica e tecnológica e à inovação tem estimulado pesquisadores e empresários empreendedores. Um exemplo do aperfeiçoamento dos instrumentos de apoio e da política de C&T está na criação dos 123 institutos nacionais de C&T, que receberam recursos da ordem de R$ 605 milhões.
O caminho para tornar esse setor um dos pilares do desenvolvimento nacional ainda é longo, mas está sendo percorrido com consistência, determinação e velocidade crescentes.
SERGIO MACHADO REZENDE, 68, físico, doutor em física pelo MIT (EUA), professor titular da Universidade Federal de Pernambuco, é Ministro da Ciência e Tecnologia.

Festival Internacional de Vídeo & Dança chega a Goiânia

O Festival Internacional de Vídeo & Dança: Dança em Foco, sediado no Rio de Janeiro, chega a Goiânia. Entre os dias 29 e 31 de maio (sexta a domingo), cinema e dança dialogam no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. A programação 2009 inclui a MIV - Mostra Internacional de Videodança, com exibição de obras de videodança de cinco países, oficina, palestra e debate.

O Dança em Foco é o primeiro evento brasileiro exclusivamente dedicado à videodança e à relação entre a dança e o audiovisual, mostrando o melhor da produção mundial recente em três dias de evento gratuito e aberto ao público. Realizado pelo sétimo ano consecutivo, o projeto, antes restrito ao eixo Rio - São Paulo, vem se expandindo pelo país desde o ano passado, em edições itinerantes patrocinadas pela Caixa Econômica Federal. O festival é dirigido pelo coreógrafo Paulo Caldas, pelo curador Eduardo Bonito e pela produtora Regina Levy.

Videodança
Linguagem artística hoje em pleno crescimento por todo o mundo, a videodança investiga a interface das linguagens da dança e do audiovisual. Entre os profissionais atuantes, vem sendo compreendida como uma produção coreográfica concebida especialmente para a tela e que só existe plenamente dentro dela, ou, uma obra de dança criada como vídeo ou um vídeo criado como dança. O resultado dessa pesquisa tem sido difundido em festivais, circulação de vídeos e apresentações em TV, sendo hoje um dos veículos de maior alcance para a coreografia contemporânea.

Criado no Rio de Janeiro em 2003 com o patrocínio da OI e ampliado para São Paulo em 2006 no SESC SP, desde o ano passado o festival obteve uma expansão nacional graças ao patrocínio da Caixa, e esteve presente em 2009, além de Goiânia, em outras capitais brasileiras - Belém (06 a 09 de abril), Manaus (23 a 26 de abril) e Teresina (21 a 24 de maio).

Programação

Dia 29/09, às 19h

- PALESTRA "Videodança Contemporânea" com Paulo Caldas
- LANÇAMENTO DO LIVRO "dança em foco | entre imagem e movimento"

Dia 30/09, às 18h30

- DEBATE "Dança e as novas tecnologias" com Henrique Rodovalho e Kleber Damaso; mediação Paulo Caldas.

* A partir da exibição de três programas da MIV: Paisagens Coreográficas 2 e Paisagens Coreográficas 12, que serão apresentados das 16h às 18h

Dias 30 e 31 de maio
MIV - MOSTRA INTERNACIONAL DE VIDEODANÇA

Dia 30/05, das 14h às 18h
14h - INTERNACIONAL 1
15h - CINEMATECA 4 (*)
16h - Paisagens Coreográficas 2
17h - Paisagens Coreográficas 12

Dia 31/05, das 15h às 20h
15h - Paisagens Coreográficas 10
16h - RETROSPECTIVA WIM VANDEKEYBUS - ÚLTIMA VEZ
17h30 RETROSPECTIVA ÉDOUARD LOCK
18h30 CINEMATECA 3 (*)
19h10 COREO-EDIÇÕES BRASIL

A MIV - Mostra Internacional de Videodança apresentará filmes inéditos de videodança de cinco países - Brasil, França, Bélgica, Espanha, Suécia.

(*)
Cinemateca 3 / Danse Contemporaine - 41min
François Verret: Gaspard Hauser, 2001, 26 minutes
Thierry de Mey: Musiques de Tables, 1999, 8 minutes
William Forsythe: Solo, 1995, 7 minutes, de Thomas Lovell Balogh, chorégraphie et interprétation de William Forsythe

Cinemateca 4 / Danse Contemporaine - 1h
Hoppla !, 1988, 52 minutes, chorégraphie d'Anne Teresa de Keersmaeker

Clique e confira o histórico do festival


Contatos: 8432 1465 - Sacha
www.dancaemfoco.com.br

Serviço:
Dança em Foco
Festival Internacional de Vídeo & Dança Dança em Foco
Data: 29 a 31/05 (sexta a domingo)
Entrada Franca
Local: Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro
rua 3, esq.com rua 9, Centro

Informações: 3524-2541

domingo, 24 de maio de 2009

Último dia para inscrição

Pessoal,

Apenas para reforçar: o envio dos painéis para a comissão do Seminário de Cultura Visual é até o dia 31 de maio.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Apresentação dos projetos de pesquisa

Segue abaixo a distribuição das apresentações dos projetos de pesquisa:

27/05
alexandre
mario
rafael
maristela

03/06
pablo
marla
gabriel
selma

10/6
vander
wandimar
silvia
elani

24/06
ana paula
genilda
luciana
claudio
gildo

Cada aluno terá 20 minutos para apresentar seu projeto de pesquisa. Ao final das apresentações haverá tempo para perguntas e discussão.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cadernos de Desenho

Agência FAPESP – Tarsila do Amaral (1886-1973) e Eliseu Visconti (1866-1944) são os artistas enfocados nos dois primeiros volumes da coleção Cadernos de Desenho, lançamento da Editora da Unicamp em co-edição com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (Imesp).

Cadernos de desenhos, destaca Lygia Eluf, professora do Instituto de Artes (IA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), organizadora da coleção, “guardam momentos de cumplicidade únicos, quase nunca divulgados”.

“Seu uso recorrente, como bloco de anotações, carnês de viagem ou diários de artistas, guarda o pensamento construtivo que norteia o processo de criação e da construção das imagens”, escreveu na apresentação da coleção.

Segundo ela, a maioria dos artistas tem o hábito de manter cadernos de desenho, que nem sempre vêm a público no Brasil, enquanto que em outros países existem importantes obras que retratam a intimidade criadora.

Os dois volumes mostram registros de viagem de Tarsila pelo oriente e de Eliseu Visconti a bordo de um navio para estudar na Europa. Para escrever sobre os desenhos, Lygia convidou pessoas muito próximas aos dois artistas: Antonio Carlos Rodrigues (que assina Tuneu), único aluno de Tarsila e hoje professor do IA; e Ana Maria Tavares Cavalcanti, que defendeu tese de doutorado em Paris sobre Visconti. “Queria manter o espírito e a intimidade dos cadernos de desenho e, por isso, escolhi quem pudesse escrever desse modo”, disse ao Jornal da Unicamp.

Lygia observa que o desenho não é um recurso utilizado apenas pelos pintores para o desenvolvimento de idéias no processo criativo. “Cartier-Bresson [fotógrafo francês, 1908-2004] desenhava muito para treinar o seu olhar e pensar a fotografia, que é algo instantâneo. Da mesma forma, há cineastas que desenham as cenas antes de filmar, num exercício mental que ninguém vê. Como já dizia Da Vinci, desenho é pensamento, explicita o processo de construção da obra”, disse.

A expectativa da professora da Unicamp é de lançar entre três e cinco volumes por ano, sempre no formato que caracteriza a coleção e que permitiu a reprodução dos desenhos nos tamanhos originais.

“O próximo livro será com Renina Katz – que já autorizou a publicação dos seus desenhos – e comentários de Ferez Khoury [professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, amigo e uma espécie de discípulo da artista”, adiantou. Marcello Grassman e Vilanova Artigas serão os seguintes.

Os volumes da coleção podem ser adquiridos pelo site da Editora da Unicamp, em www.editora.unicamp.br

Mundo Monstro



quinta-feira, 7 de maio de 2009

Marcas para o poster













Blog Gleyson Arcanjo

Gleyson Arcanjo expõe na Galeria da FAV. Veja seu blog no endereço: http://glaysonarcanjo.blogspot.com/

Aula do dia 25 de maio

Está confirmada participação de Odinaldo Silva e Marcelo Mari para a aula do dia 25/05.

Aula do dia 13 de maio

Será exibido o filme Nascidos em Bordéis. A ficha técnica já foi publicada no blog.
Coordenação das discussões: Gabriel e Marla.

sábado, 2 de maio de 2009

MUDANÇA DO LAYOUT

Pessoal,
Estávamos percebendo uma certa dificuldade dos usuários do blog em localizar as postagens mais antigas. Privilegiando a legibilidade e funcionalidade do blog, resolvemos alterar seu layout.
As barras horizontais azuis indicam os títulos das postagens. As datas, agora em laranja.